DE MIL PELO BRASIL: DE VOLTA A ITAPINA

Estive em Itapina novamente, só que desta vez durante o dia para poder conhecer de fato o lugar. Foi por pouco tempo pois estava em viagem para Baixo Guandu. Este lugar é mesmo mágico!

Fiz um filmezinho na chegada que mostra toda a avenida principal da vila e é possível ver os tipos de construções antigas que remontam ao período em que Itapina vivia a pujância de ser o principal escoadouro da produção de café da região. Quem me contou isso foi a “dona” Silvia.

Aliás, a dona Silvia foi um dos motivos de eu ter gostado tanto de ir até lá. Aos seus 84 anos de idade ela esbanja jovialidade, simpatia e vitalidade,pois é a proprietária do armazem da vila e recebe a todos com um sorriso de encher a alma. Parei no armazem da dona Silvia apenas para comprar água e em poucos minitos já estava conversando com todo mundo parecendo até amigos de longa data. Parece que a simpatia é lei! Todos fazem questão que você fique literalmente à vontade, fala da vida deles, contam histórias, te jogam numa roda de cantigas, conta piada, enfim, tudo aquilo que bons amigos fazem. Bons amigos há apenas dez minutos.

Enquanto estava lá caiu uma chuva muito forte e eu lembrei que quando saí de lá na primeira vez, também estava chovendo forte. Ganhei fama de pé quente porque, apesar do rio Doce bem na beiradinha da vila, e eles se orgulham de não beberem água dele.

--- A nossa água vem do fundo das montanhas! Se chover bem, teremos água boa e com fartura. A água é o bem maior que nós temos! Me fala um senhor que via eu filmando a chuva.

Enquanto conversa com dona Silvia fiz um pequeno registro dela contando sobre os tempos antigos de Itapina. Gostei da interpretação dela sobre o que é bom para alguns ser pior para outros: “Se o amor de Deus fosse para todos, o coração dele esfriaria”. Ou seja, ao abrirem as estradas ficou bom para muita gente, só que ninguém tinha mais nada que fazer em Itapina. Eu tenho: visitar Itapina é tomar um banho de humanidade.